Paulo Sargento - Câmara de Comuns
Pendiente de traducción
Quinta-feira, 6 de Agosto de 2009
Antes de mais, como em outras alturas, hesitei bastante em escrever este post. Contudo, por diversos motivos, que também não irei divulgar, decidi fazê-lo.
Hoje ao fim da manhã, a imprensa, britânica e portuguesa, noticiava, o surgimento de um novo suspeito no caso Maddie: uma mulher parecida com Victória Beckham, provavelmente australiana. Duarte Levy, no seu blog, antecipava, à meia-noite e meia de hoje, o conteúdo da conferência de imprensa promovida por Clarence Mitchell (assessor de imprensa do casal McCann) e Dave Edgar (investigador criminal, reformado da polícia britânica, ao serviço do casal McCann), que viria a ocorrer às 11 horas da manhã.
O facto de vir à colação o nome Beckham não é ingénuo. Como grande mestre na área da comunicação que é, Clarence Mitchell “escolheu” mediatizar este caso, também, por isso mesmo. Mas, escolheu, sobretudo por três outros motivos: por se invocar a deslocação da praia da Luz por iate até Barcelona, por se tratar, alegadamente, de uma cidadã australiana e por poder invocar um segredo da testemunha para só agora “narrar” o caso. Beckham, o jogador de Futebol, participou em campanhas para encontrar Maddie. A utilização do nome, ainda que por intermédio de Victória, assegura o mediatismo pretendido. Para que fins? Clarence Mitchell não esconde. No final da conferência de imprensa refere que, com o andamento das coisas, o Fundo ficará sem dinheiro até ao final do ano. O facto de o cenário do testemunho ser uma marina plena de iates, em Barcelona, também produz um determinado efeito na expectativa daqueles que perfilham a tese de rapto: o transporte por iate desde a Luz a Barcelona, ao estilo mafioso ou, pior, ao estilo “rede pedófila".
A cidadã que fala fluentemente castelhano e catalão, mas que tem um timbre australiano quando fala em inglês é um argumento "mais que perfeito". A ligação imaginária à coroa inglesa (Austrália), nos antípodas (onde é necessário gastar muito dinheiro para proceder às investigações, dada a distância) e, principalmente, uma mulher poliglota que faz de correio configuram um cenário propício à continuidade da especulação sobre o caso. Finalmente, invocar um segredo por parte da testemunha (imagine-se por motivos conjugais, por exemplo) promove o necessário para manter o caso na ribalta mediática, com a explicação oficial de que não se podem revelar dados que irão perturbar a investigação. Quase notável, Senhor Mitchell, quase notável!
Contudo, algumas simples questões surgem:
a) Por que razão só agora a testemunha fala?
b) Por que razão Dave Edgar afirma a credibilidade desta testemunha, após Clarence Mitchell afirmar que, ainda que tivesse andado de bar em bar, numa baía em Barcelona, aquela não estava embriagada?
c) Por que razão se tem de acreditar que alguém consegue manter tantos pormenores sobre outra pessoa (calças de ganga “caras”, top pastel, com um aspecto “glamoroso”, magra, com 1 metro e 58 de altura, cabelo castanho curto, muito parecida com Victória Beckam, que discutia com alguém – não referindo se é homem ou mulher – demonstrando-se inquieta e, ainda por cima recordar uma conversa?), com quem se esteve ocasionalmente (alguns minutos, provavelmente) durante mais de 2 anos?
d) Por que têm de ser SEMPRE, as testemunhas, cidadãos britânicos?
e) Com que metodologia foi construído o retrato-robot, sabendo que se trata de uma recordação com mais de dois anos? Como foi validado? Com que métodos e por quantos investigadores independentes?
Tenho mais perguntas, mas por ora basta.
Por agora, só irei referir que não me espanta que os McCann façam nova iniciativa mediática porque:
a) A história da “mantinha” de Maddie começa a dar que pensar a muitos e, se houver alguma coragem, a Procuradoria-Geral da República fará algo relativamente a este aspecto após as férias judiciais;
b) É preciso silenciar os efeitos nocivos de um desastre jurídico chamado Nicolas Bento (a que me referirei em breve) para não manchar os 007 e os Sherlock Holmes;
c) Precisam de provar que não querem extinguir o caso; e
d) para tal, necessitam de dinheiro.
Gostava de ouvir o que tem o Senhor Clarence Mitchell a dizer sobre a “manta desaparecida”! Gostava de ouvir o que o Senhor Gordon Brown tem a dizer sobre Nicolas Bento!
Para hacer comentarios: Aquí
Pendiente de traducción
Quinta-feira, 6 de Agosto de 2009
Antes de mais, como em outras alturas, hesitei bastante em escrever este post. Contudo, por diversos motivos, que também não irei divulgar, decidi fazê-lo.
Hoje ao fim da manhã, a imprensa, britânica e portuguesa, noticiava, o surgimento de um novo suspeito no caso Maddie: uma mulher parecida com Victória Beckham, provavelmente australiana. Duarte Levy, no seu blog, antecipava, à meia-noite e meia de hoje, o conteúdo da conferência de imprensa promovida por Clarence Mitchell (assessor de imprensa do casal McCann) e Dave Edgar (investigador criminal, reformado da polícia britânica, ao serviço do casal McCann), que viria a ocorrer às 11 horas da manhã.
O facto de vir à colação o nome Beckham não é ingénuo. Como grande mestre na área da comunicação que é, Clarence Mitchell “escolheu” mediatizar este caso, também, por isso mesmo. Mas, escolheu, sobretudo por três outros motivos: por se invocar a deslocação da praia da Luz por iate até Barcelona, por se tratar, alegadamente, de uma cidadã australiana e por poder invocar um segredo da testemunha para só agora “narrar” o caso. Beckham, o jogador de Futebol, participou em campanhas para encontrar Maddie. A utilização do nome, ainda que por intermédio de Victória, assegura o mediatismo pretendido. Para que fins? Clarence Mitchell não esconde. No final da conferência de imprensa refere que, com o andamento das coisas, o Fundo ficará sem dinheiro até ao final do ano. O facto de o cenário do testemunho ser uma marina plena de iates, em Barcelona, também produz um determinado efeito na expectativa daqueles que perfilham a tese de rapto: o transporte por iate desde a Luz a Barcelona, ao estilo mafioso ou, pior, ao estilo “rede pedófila".
A cidadã que fala fluentemente castelhano e catalão, mas que tem um timbre australiano quando fala em inglês é um argumento "mais que perfeito". A ligação imaginária à coroa inglesa (Austrália), nos antípodas (onde é necessário gastar muito dinheiro para proceder às investigações, dada a distância) e, principalmente, uma mulher poliglota que faz de correio configuram um cenário propício à continuidade da especulação sobre o caso. Finalmente, invocar um segredo por parte da testemunha (imagine-se por motivos conjugais, por exemplo) promove o necessário para manter o caso na ribalta mediática, com a explicação oficial de que não se podem revelar dados que irão perturbar a investigação. Quase notável, Senhor Mitchell, quase notável!
Contudo, algumas simples questões surgem:
a) Por que razão só agora a testemunha fala?
b) Por que razão Dave Edgar afirma a credibilidade desta testemunha, após Clarence Mitchell afirmar que, ainda que tivesse andado de bar em bar, numa baía em Barcelona, aquela não estava embriagada?
c) Por que razão se tem de acreditar que alguém consegue manter tantos pormenores sobre outra pessoa (calças de ganga “caras”, top pastel, com um aspecto “glamoroso”, magra, com 1 metro e 58 de altura, cabelo castanho curto, muito parecida com Victória Beckam, que discutia com alguém – não referindo se é homem ou mulher – demonstrando-se inquieta e, ainda por cima recordar uma conversa?), com quem se esteve ocasionalmente (alguns minutos, provavelmente) durante mais de 2 anos?
d) Por que têm de ser SEMPRE, as testemunhas, cidadãos britânicos?
e) Com que metodologia foi construído o retrato-robot, sabendo que se trata de uma recordação com mais de dois anos? Como foi validado? Com que métodos e por quantos investigadores independentes?
Tenho mais perguntas, mas por ora basta.
Por agora, só irei referir que não me espanta que os McCann façam nova iniciativa mediática porque:
a) A história da “mantinha” de Maddie começa a dar que pensar a muitos e, se houver alguma coragem, a Procuradoria-Geral da República fará algo relativamente a este aspecto após as férias judiciais;
b) É preciso silenciar os efeitos nocivos de um desastre jurídico chamado Nicolas Bento (a que me referirei em breve) para não manchar os 007 e os Sherlock Holmes;
c) Precisam de provar que não querem extinguir o caso; e
d) para tal, necessitam de dinheiro.
Gostava de ouvir o que tem o Senhor Clarence Mitchell a dizer sobre a “manta desaparecida”! Gostava de ouvir o que o Senhor Gordon Brown tem a dizer sobre Nicolas Bento!
Para hacer comentarios: Aquí