A hipótese é avançada na edição de hoje do Diário de Notícias. «Por iniciativa própria», segundo o comandante da Capitania dos Portos de Portimão e Lagos, Marques Pereira, a Polícia Marítima (PM) está desde sexta-feira a procurar no mar um «saco que poderá conter o corpo ou provas». A PM está também à procura de provas «e também de um corpo» na Ponta da Piedade e nas grutas de Santo António.
Sequestrador pode ser inglês
Em declarações à agência Lusa, o ex-inspector chefe da Polícia Judiciária (PJ) Barra da Costa disse ter indicações de que o retrato falado aponta para que o sequestrador seja um «homem alto, de cabelo curto», e que provavelmente foi visto, por detrás, naquela zona há alguns dias, sendo de nacionalidade inglesa.
José Barra da Costa disse concordar com a teoria de que o sequestrador possa ser inglês e conhecedor dos hábitos dos pais da criança, já que seria mais fácil a um cidadão britânico recolher essa informação, até por contacto com os progenitores.
«A informação é essa. O retrato robot foi feito tendo em conta testemunhos falados sobre uma pessoa que terá sido vista na zona e com características de um cidadão inglês», afirmou, teorizando que o sequestro teve que ser levado a cabo por alguém que «sabia mais do que uma simples pessoa que passou pela zona».
O criminalista defende também que houve premeditação neste caso e um estudo sobre os hábitos dos pais.
«Já devia saber que os pais saíam às vezes para jantar na zona e que as crianças estavam sozinhas em casa. Não é o caso de alguém que passa, espreita para dentro de casa e vê algo valioso para roubar e arromba a janela e entra. Era alguém que sabia que as crianças estavam sozinhas», defendeu.
Segundo Barra da Costa, que esteve cerca de 30 anos na PJ, «ninguém força uma janela de uma casa à noite sem ter a certeza de que lá dentro não está ninguém que lhe possa fazer frente».
Como exemplo, Barra da Costa falou da sua experiência em casos de assaltos a residências em que o assaltante é surpreendido por alguém que estava em casa, às vezes a dormir, e com o susto acaba por cometer um homicídio.
«Concordo que quem possa estar dentro das circunstâncias deste sequestro possa ser um inglês conhecido da família e que saiba que passos dar para levar a cabo os seus intuitos. Há premeditação absoluta e não uma mera casualidade. Terá sido alguém que tinha perfeita consciência das hipóteses de êxito e de não ser agarrado lá», argumentou.
«A coisa foi bem localizada no tempo e no espaço para ser casual», vincou.
O criminalista põe também a hipótese de o sequestrador conhecer a criança, já que assim seria mais fácil ela não resistir quando acordasse, pois poderia dizer-lhe que a iria levar aos pais.
Confrontado com o facto de o sequestrador ter deixado ficar os dois gémeos irmãos de Madeleine, com dois anos, Barra da Costa afirmou: «três crianças eram muito complicado, podiam começar a berrar ao mesmo tempo. A menina é mais crescida e tem outra consciência das coisas. Também era mais difícil sair com os três».
O criminalista criticou o facto de as buscas feitas pelas autoridades se terem limitado a terra, lembrando quão fácil seria levar a menina até um barco que estivesse fundeado perto.
José Barra da Costa lamentou que tenha ocorrido novamente no Algarve um caso com uma menina, lembrando-se do caso Joana.
«Tenho a esperança de que este caso seja diferente! O 'caso Joana'é o exemplo de como se deve fazer uma investigação, mas ao contrário».
A agência Lusa tentou contactar a PJ de Portimão para esclarecimentos sobre a nacionalidade do alegado sequestrador, mas tal não foi possível.
Setenta e duas horas depois do desaparecimento da pequena Maddie, as autoridades optam agora pelo silêncio, mas no terreno as patrulhas alargaram hoje para 10 quilómetros o perímetro de buscas em torno do local.
Os agentes percorreram domingo a mata de Barão de São João, a cerca de uma dezena de quilómetros da localidade de Praia da Luz, onde desapareceu a criança, e continuam a ser feitas inúmeras operações de vigilância nas estradas das redondezas.
A Polícia Judiciária aliviou a pressão no local do desaparecimento, embora continue a utilizar apartamentos vizinhos de um bloco fronteiro ao Ocean Club - de onde a menina terá sido levada - como posto avançado no local.
Fonte policial avançou à agência Lusa que sábado foram encontrados alguns bonecos abandonados que foram levados para análise laboratorial, mas, hoje, não houve significativa recolha de objectos.
A mesma fonte garantiu que os laboratórios da Polícia Judiciária em Portimão e Lisboa estão a trabalhar 24 horas no caso.
Segunda-feira, as buscas poderão ser alargadas a um perímetro para lá dos 10 quilómetros, esclareceu a mesma fonte, adiantando que a barragem da Bravura pode ser um dos locais a investigar.
Lusa / SOL
O jornal The Sun sublinha, na sua versão na Internet, que a polícia dispõe de um retrato robô do primeiro suspeito, mas visto de costas.
Este diário recorda que Madeleine McCann está desaparecida desde as 21h30 de quinta-feira e noticia, com base nos jornais portugueses, que as autoridades que estão a investigar este caso só tiveram uma fotografia da criança no dia seguinte.
O tablóide lembra que a fronteira com Espanha, através do Rio Guadiana, está a 90 minutos de distância, o que pode ter permitido ao sequestrador fugir.
Tal como outros jornais britânicos, o matutino noticia a missa que foi celebrada domingo em Lagos, por ocasião do Dia da Mãe, à qual os pais da jovem desaparecida estiveram presentes, apelando depois para que todos rezem pela criança.
O Times Online destaca que a polícia portuguesa suspeita de um homem que foi visto a puxar uma criança perto do local onde Madeleine desapareceu.
De acordo com o jornal, os investigadores não quiseram identificar o suspeito, adiantando apenas que o viram com uma criança loura.
O The Independent destaca a onda de emoção dos portugueses que estão a assistir de perto ao drama dos pais, salientando a missa que foi celebrada na Igreja da Luz.
Este jornal faz ainda referência às críticas da imprensa portuguesa às investigações desencadeadas nas primeiras horas após o desaparecimento da criança.
Citando o Diário de Notícias, o The Independente diz que a polícia só se referiu à possibilidade de rapto 12 horas após o desaparecimento da criança.
Este jornal refere ainda que qualquer pessoa pode passar a fronteira com Espanha sem ter de ser identificado e que não foi feito qualquer controlo nesta fronteira após o sucedido.
O Daily Mail considera que a polícia portuguesa cometeu uma série de erros que permitiram ao raptor fugir em segurança e enumera-os: os serviços de fronteira só foram alertados na sexta-feira, 15 horas depois do desaparecimento da criança, que a polícia só começou a admitir o rapto muitas horas depois e só no sábado começaram as buscas nos apartamentos daquela unidade hoteleira.
O Daily Mail acrescenta que só no domingo as autoridades pediram uma listagem dos hóspedes e pessoal da unidade turística e que o apartamento de onde a criança desapareceu não tinha sido devidamente selado.
Este jornal refere que fontes próximas da investigação consideram que as autoridades portuguesas foram lentas na reacção ao desaparecimento.
Lusa / SOL
Fonte da GNR disse à agência Lusa que a procura foi estendida a várias zonas do concelho de Vila do Bispo e à Barragem da Bravura, tal como tinha sido indicado domingo uma fonte da Polícia Judiciária.
Vários veículos todo-o-terreno da Protecção Civil percorreram hoje de manha as margens daquela barragem, a 14 quilómetros do aldeamento turístico Ocean Club, e as buscas - interrompidas para almoço - deverão ser retomadas ao início da tarde.
Pensafrim, Espinhaço de Cão, Budens e Espiche são algumas das povoações que foram passadas a pente fino por militares da GNR, elementos da Protecção Civil e bombeiros.
As zonas rurais de Colinas Verdes e Sargaçal estão a ser percorridas por homens e cães das patrulhas de busca e salvamento da GNR chegadas de Lisboa.
Os cerca de 30 civis que participam nas buscas, entre os quais predominam residentes britânicos da zona, estão a percorrer a área de mato a norte de Espiche, coordenados pela GNR, adiantou a mesma fonte.
Agradecendo os esforços dos populares, outra fonte da GNR sublinhou que a presença maciça de habitantes na zona não é para já desejável, porque pode prejudicar o trabalho das forças policiais.
Efectivos da Brigada de Trânsito, alguns dos quais vindos do destacamento de Évora, continuam a montar operações stop nas estradas do Oeste algarvio.
Lusa / SOL
«As diferentes linhas de investigação que têm vindo a ser desenvolvidas têm permitido a recolha de dados e informações que podem vir a revestir relevante interesse para a investigação, não sendo possível neste momento, contudo, acrescentar mais elementos de informação sobre os seus resultados», refere a PJ num curto comunicado, divulgado às 19h34.
Na nota, a PJ refere que o desaparecimento de Madeleine MacCan, na passada quinta-feira, na localidade da Luz, em Lagos, desencadeou por parte de todas as autoridades policiais e de protecção civil a realização de um vasto leque de diligências de busca e de recolha de elementos informativos, tendo em vista a localização da criança.
A Judiciária diz que «as autoridades nacionais têm contado com a permanente colaboração das autoridades policiais estrangeiras congéneres e ainda a INTERPOL e da EUROPOL»
«Apesar das limitações legais não permitirem a divulgação do tipo de diligências em curso e seus resultados, facto para o qual solicitamos a melhor compreensão, é possível, no entanto, informar que as autoridades envolvidas continuam fortemente empenhadas em localizar Madeleine», lê-se no comunicado.
A PJ teve uma conferência de imprensa marcada para as 18h00, mas que acabou por se realizar às 19h55, tendo apenas sido lido pelo inspector chefe da PJ Olegário Sousa o comunicado enviado à agência Lusa.
O investigador escusou-se a responder a muitas das perguntas dos jornalistas presentes, alegando impedimentos legais e a «necessidade de proteger a vítima e o desenrolar das investigações».
As autoridades alargaram hoje para 15 quilómetros o raio das buscas em torno do apartamento do qual desapareceu quinta-feira a menina inglesa Madeleine, na Praia da Luz, Lagos, estando envolvidos 60 efectivos policiais, aos quais se juntaram esta manhã 30 populares.
A procura foi estendida a várias zonas do concelho de Vila do Bispo e à Barragem da Bravura, tal como tinha indicado domingo uma fonte da Polícia Judiciária.
Bensafrim, Espinhaço de Cão, Budens e Espiche são algumas das povoações que foram passadas a pente fino por militares da GNR, elementos da Protecção Civil e bombeiros.
As zonas rurais de Colinas Verdes e Sargaçal foram percorridas por homens e cães das patrulhas de busca e salvamento da GNR.
A mãe da criança inglesa desaparecida desde quinta-feira no Algarve apelou hoje à pessoa «que está ou esteve» com a filha para que não lhe faça mal e a deixe voltar para a família.
Numa curta declaração televisiva, Kate McCann apelou ao raptor que ajude os pais a encontrar Madeleine ou que a ponha «num lugar seguro», para que a família a «possa trazer para casa».
«Por favor devolvam-nos a nossa menina» apelou a mãe na declaração, a que a restante imprensa teve acesso por escrito.
A criança desapareceu quinta-feira à noite de um empreendimento perto de Lagos, onde estava a dormir juntamente com os dois irmãos, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.
Entre outras hipóteses, a PJ coloca a de rapto.
Lusa/SOL«Todos os cenários são possíveis, mas estamos a investigar um desaparecimento, não sendo de descartar a hipótese de rapto», afirmou o inspector, que falava na Câmara Municipal de Portimão, onde leu uma declaração à comunicação social sobre o caso.
No sábado passado, o director da PJ de Faro, Guilhermino Encarnação, afirmou que as pistas em posse da Judiciária apontavam para a hipótese de rapto.
Falando no salão nobre da Câmara de Portimão, perante dezenas de repórteres portugueses e britânicos, Olegário de Sousa reconheceu que não tem quaisquer elementos que lhe permitam sustentar a hipótese de que Madeleine Mc Cann, de três anos, esteja viva ou morta.
No final de uma conferência de imprensa, em que leu um curto comunicado sobre o desenrolar das investigações, o inspector ressalvou, todavia, que «só há um cadáver depois de ele aparecer».
Repetindo inúmeras vezes que não podia responder a perguntas sobre o processo devido a imposições legais e para não prejudicar o desenrolar das investigações, o mesmo responsável sublinhou que é também a lei portuguesa que não permite a divulgação pública do retrato robot de um suspeito que a PJ tem em seu poder.
«Só as autoridades têm acesso ao retrato robot», disse.
Olegário de Sousa recusou também confirmar informações vindas hoje a público de que se trata de um suspeito de nacionalidade britânica.
Muito solicitado pelas dezenas de jornalistas ingleses presentes na sala, o inspector esforçou-se por explicar os condicionalismos da lei portuguesa, que não lhe permitem revelar detalhes da investigação, evitando, assim, as questões dos repórteres que a colocavam em causa.
Sobre o facto de não haver fiscalização permanente em todas as saídas do Algarve para o estrangeiro, Olegário de Sousa invocou o tratado europeu de Schengen, que «é independente da vontade das Polícias, porque se trata de um acordo político».
Quase 96 horas depois do desaparecimento da criança, esta foi a segunda vez que as autoridades responsáveis pela investigação vieram a público dar informações sobre o caso.
A investigação em curso tem sido caracterizada pelo mutismo em relação à comunicação social.A reunião com os jornalistas estava inicialmente convocada para as instalações da PJ em Portimão, mas teve de se realizar no salão nobre da Câmara Municipal de Portimão devido à enorme afluência de repórteres.
A conferência de imprensa começou com duas horas de atraso relativamente ao previsto, o que Olegário de Sousa prometeu que não se repetirá.
O mesmo responsável colocou a hipótese de voltar a falar terça- feira à comunicação social.
A criança desapareceu quinta-feira à noite de um empreendimento turístico na zona da Praia da Luz, perto de Lagos, onde estava a dormir juntamente com os dois irmãos, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.
Lusa/SOL
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