Os «campeões» dos meios no terreno são as televisões, que fizeram deslocar para a pequena vila toneladas de equipamento de forma a acompanhar a par e passo o desenrolar das investigações em torno do desaparecimento da pequena Maddie, na noite da passada quinta-feira.
A BBC, por exemplo, enviou para a Praia da Luz o seu produtor europeu, Peter Lang, acompanhado de outros 12 funcionários daquela cadeia britânica, entre repórteres, operadores de câmara, produtores e engenheiros de som e imagem.
O produtor britânico, de 42 anos, dispõe de um número de câmaras que nem sabe quantificar porque «vão sendo requisitadas à medida das necessidades», segundo disse à agência Lusa.
A equipa britânica tem que assegurar envios de peças para a BBC World, BBC 24, BBC One, Serviço Mundial de Rádios, BBC News e BBC On-Line.
Dispõe de um carro de exteriores, vários veículos de gama alta alugados em Portugal e já recorreu ao aluguer de aviões ligeiros para recolha de imagens. A equipa da Sky News, por seu lado, fornece reportagens para a emissão internacional e para o Channel Five.
A Sky é a estação televisiva com mais funcionários no terreno, passando a contar, a partir da tarde de hoje, com 15 operacionais, graças à aguardada chegada de mais um produtor, um jornalista e um operador de câmara.
A partir dai, passará a dispor de dois produtores, quatro repórteres, três «câmara-man», um editor e dois engenheiros. A ITN, que fornece reportagens para a ITV e o Channel 4, tem no terreno um produtor, quatro jornalistas, dois câmaras e dois elementos de ligação de nacionalidade portuguesa, que estabelecem a «ponte» com a população e as autoridades.
Aquele órgão de informação conta com três carros alugados e um carro de exteriores, recorrendo amiúde ao aluguer de helicópteros, segundo disse à Lusa a produtora da empresa.
A juntar àquelas empresas televisivas, a Praia da Luz acolhe por estes dias dezenas de repórteres da imprensa escrita britânica e de agências internacionais.
Entre estas últimas, a AP (Associated Press), por exemplo, fez deslocar para o Algarve o seu repórter fotográfico sedeado em Lisboa, enquanto a Reuters e a AFP (France Presse) optaram por requisitar os serviços de uma empresa fotográfica algarvia.
Muito mais comedidos nos meios, os repórteres televisivos portugueses têm ao seu dispor, no máximo, duas equipas de reportagem e um carro de exteriores para assegurar as ligações em directo.
A maior parte dos jornais da capital portuguesa optou por enviar para o local os seus correspondentes no Algarve, que ficam responsáveis por seguir o desenvolvimento da história da pequena Maddie.
A queixa comum dos repórteres britânicos é a falta de comunicação das autoridades portuguesas sobre o desenrolar das investigações.
Peter Lang, o produtor da BBC, aponta a diferença de posturas das polícias britânica e portuguesa, criticando o silêncio a que se remeteu a Polícia Judiciária (PJ) desde há mais de 24 horas.
«Sei que o sistema é diferente, mas não custava nada que a polícia portuguesa disponibilizasse um elemento de comunicação para contactar com os media, nem que fosse para nada acrescentar», ironizou o produtor da BBC.
Por seu turno, o repórter Ian Woods, 42 anos, da Sky News, evocou a diferença entre a comunicabilidade da população local e o mutismo das autoridades.
«Assim é difícil trabalhar», disse o repórter, que já passou por várias situações de conflito em todo o mundo nos últimos 12 anos.
Sobre as razões do interesse manifestado pelos media britânicos no caso da pequena Madeleine, Ian Woods sublinhou que este tipo de situações «costumam ser acompanhadas a fundo pela imprensa» do seu país e sustentou que, se continuar a não haver novidades, «o caso ainda está muito no princípio».
Já Peter Lang, da BBC, destacou o facto de a zona ser muito visitada por britânicos, o que «desperta a curiosidade» entre os ingleses, devido ao problema da falta de segurança de um destino turístico.
Ressalvou, todavia que, ao que lhe parece, «não é isso que está em causa» neste caso.
Lusa/SOL
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